Dirigido pelo russo Timur Bekmambetov, o longa-metragem traz tiros que viajam em círculo, balas que derrubam outras balas e assassinos que vencem a força da gravidade, tudo em imagens geradas por computador com apuro técnico de primeira. O cineasta constrói um mundo que se aproxima do videogame, onde as pessoas não parecem ter sentimentos e a violência é rápida e brutal, sem sofrimento ou sadismo.
Baseada nos quadrinhos de Mark Millar e J.G. Jones, a trama traz McAvoy (de “As crônicas de Nárnia”, “O último rei da Escócia” e “Desejo e reparação” ) como Wesley, um funcionário da área contábil de uma empresa afogado na frustração de sua própria rotina. Como se já não bastasse, Wesley é traído por sua namorada com seu melhor amigo, um típico “loser”, que lembra o protagonista de “Clube da luta”.
Um belo dia, ele conhece Fox – uma Angelina Jolie armada até os dentes, cheia de tatuagens e incrivelmente sensual – que o intima para integrar uma organização secreta, a Fraternidade, que tem como objetivo matar determinadas pessoas para evitar tragédias maiores para a humanidade.
Fox revela que Wesley, na verdade, é filho de um célebre membro da organização que foi morto, e que agora seus assassinos estão atrás do pobre contador. A história é difícil de acreditar, mas sabe como é Angelina Jolie, ela convence qualquer homem de qualquer coisa.
Na Fraternidade, Wesley tem a oportunidade de vingar todo seu ódio contido e de virar um assassino altamente qualificado. Mas isso é conquistado à custa de duros treinos, que envolvem bater muito e apanhar ainda mais. Morgan Freeman interpreta Sloan, que lidera a organização com a sabedoria e o poder de comando que já são típicos de seus personagens no cinema.
Embora o ponto forte do filme seja o visual, a história também guarda suas surpresas, e mirabolante é pouco para o que vem à frente. É certo que um filme não precisa ser verossímil para ser bom, mas “O procurado” abusa do direito de ser inverossímil. Por isso, para curtir a sessão, só mesmo deixando a lógica do lado de fora.
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